O perfeccionismo é uma faca de dois gumes

O perfeccionismo é uma faca de dois gumes.

O perfeccionista não se contenta com o mediano.
É lhe inato o desejo de aperfeiçoar constantemente as suas skills.
Na sua busca incessante por fazer mais e melhor ele é levado muitas vezes a resultados que superam as expectativas.

É o chamado perfeccionismo adaptativo, onde a excelência é motivada pelo prazer da superação e do crescimento.

Mas embora tudo isto pese para que possa ser um motor para a excelência é crucial encontrar um equilíbrio.

Esta busca pela perfeição pode ser inimiga da produtividade.
O foco excessivo pelos detalhes pode desfocar o panorama geral, levar a trabalhos intermináveis e a stress acrescido pela derrapagem de prazos bem como numa dificuldade em delegar tarefas, aumentando ainda mais a sua própria carga de trabalho.
Este lado negativo, conhecido como perfeccionismo mal-adaptativo, está intimamente ligado à procrastinação (pelo medo de não atingir o padrão irrealista) e a uma autocrítica severa, onde o indivíduo foca apenas nas falhas, minando a sua autoestima e podendo levar a quadros de ansiedade e burnout.

Assim, o desafio para um perfeccionista é ter esta autoconsciência dos seus desafios e procurar o seu ponto de equilíbrio, transformando a rigidez da busca por "perfeição" na flexibilidade da busca por excelência.

Já dizia Voltaire, o óptimo é inimigo do bom.

A verdadeira excelência não está em nunca errar, mas em aprender continuamente sem perdermo-nos na ilusão da perfeição.